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Os pedidos de desculpa por elementos do Governo passaram a cair na vulgaridade. Quando há erros de consequências políticas basta que, perante a Assembleia da República ou frente a um canal televisivo, se peça desculpa aos portugueses.

Portugal passou a ser o país da desculpabilização, quando não o jogo do empurra como fuga à responsabilidade. O pedido de desculpa por elementos deste Governo passou a ser uma forma de manutenção no poder acatado pelo próprio primeiro-ministro que, em tempo, também pediu desculpa. As consequências que advenham dum qualquer ato político gravoso passaram a poder ser substituídas por pedidos formais de desculpa. A força do pedido de desculpa, na prática, caiu na rua.

Já agora poderia também ser dada a oportunidade a Ricardo Salgado de um pedido de desculpas a todos os lesados pelo problema do BES e do seu grupo e ficaria tudo resolvido.

Este Governo perdeu o sentido de ética. Estes políticos do Governo deixaram de reger a sua conduta pessoal e profissional por princípios deontológicos. Por este andar, qualquer dia, um réu que seja condenado passa a pedir desculpa ao tribunal e o caso fica arrumado.

Seria impensável que, numa empresa privada, ao serem cometidos por um colaborador erros ou quaisquer atos lesivos que colocassem em causa os interesses e a sobrevivência da empresa, não resultassem daí quaisquer consequências, bastando um pedido de desculpa.

Passos Coelho mostra a coesão do seu Governo pela manutenção de incompetentes nos lugares de ministro e secretários de estado. Passos Coelho manda matar o mensageiro quando recebe más notícias, isto é, manda demitir subalternos. Ricardo Salgado já fez o mesmo, disse que a culpa do que aconteceu no BES foi do contabilista.

Portugal está a caminhar por caminhos dando sinais de bons exemplos, isso sim, às gerações futuras no que respeita à forma de fazer política e estar num governo.

Na campanha para as primárias do PS António José Seguro está também a ser um bom exemplo no que respeita à falta ética com que argumenta contra o seu adversário de campanha na ânsia pessoal de querer ser primeiro-ministro, como em tempos já afirmou mais do que uma vez.   

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publicado às 23:14

 

A direita neoliberal extremista que governa Portugal anda sem rumo e à deriva. O seu chefe Passos Coelho contribui para isso. Na festa dos direitinhas apoiantes do PSD de Passos, (ainda restam alguns), ouviu-se um discurso em que ora estava no passado, ora estava no presente ora dirigia-se ao futuro, com a agravante de voltar tática da divisão dos portugueses, novos contra velhos, tudo à roda das decisões do Tribunal Constitucional. Os líderes de países civilizados fazem tudo para unir o seu povo e não dividi-lo como o tem feito Passos Coelho. Apenas ditadores que querem lançar estigmas dentro do próprio povo que governam o fazem tendo em vista intuitos maquiavélico. Homens como este não merecem continuar a ser líderes.

Relativamente à contribuição de sustentabilidade apelou ao Partido Socialista que o ajudasse na elaboração de uma proposta conjunta para a reforma da segurança social, caso contrário, ameaçou, não tocaria mais no assunto. Hoje, aí está ele a pedir reunião urgente da Comissão Parlamentar permanente da Assembleia da República para discutir o assunto e, recentemente já voltou a lançar a ideia.

Sobre o caso BES teve a genial ideia do conotar com governos anteriores que apoiavam os grandes bancos, mas ele, santinho, era a favor da transparência e pela separação do Estado do mundo das finanças. O que lhe deu? Então não é ele e a ideologia que sustenta a favor dos negócios com os privados (leia-se privatizações, PPP´s) e que tem vendido Portugal ao capital estrageiro (leia-se Angola e Estado chinês).

Não é no seu governo que se passam coisas escandalosas como o caso do esquecimento da declaração às finanças de oito milhões de euros por Ricardo Salgado e que ainda beneficiou de uma amnistia fiscal feita quase à medida? Quando se esquecem oito milhões que outras verbas não poderiam estar em causa. Não foi durante o seu governo que prescreveram processos como o do BCP com explicações de credibilidade duvidosa e que raiam os limiares da incompetência? E a Ministra da Justiça que tinha afirmado há meses atrás que ninguém ficaria impune e que o "tempo da impunidade tinha acabado" numa alusão ao anterior governo. Referia-se a quem ou a quê?

As eleições de 2015 aproximam-se e começam a preparar a campanha eleitoral. Há que meter esqueletos no armário e novas mentiras que iludam os ainda muitos e incautos portugueses.

Quando o PSD e o CDS são confrontados com situações que os envolvem a primeira reação é a negação, a segunda a teoria da encenação montada pelos inimigos políticos, no abstrato, digo eu.

Escândalos financeiros como o do BES e do BPN e de corrupção que envolvem personalidades influentes, (as chamadas elites), atiçam o desprezo do eleitorado pelos políticos que andam de mãos dadas com a alta finança e com a côrte dos senhores do governo. Os que gravitam à sua volta disfarçam, evitando falar dos casos como namorados que não querem ser vistos juntos em público para não serem apanhados.

Tudo isto se passa enquanto o Partido Socialista atravessa dificuldades internas e o seu atual líder está mais preocupado em fazer campanha que o mantenha no poder do que fazer oposição certeira e transparente ao governo de Passos como se verificou no passado recente, daí ter sido confrontado por António Costa.

Todas estas derivas podem abrir caminho a novos partidos à solta que, aproveitando-se da situação, poderão tirar vantagem do descontentamento e da descredibilização dos atuais partidos, já que, em Portugal, partidos como a Frente Nacional de Marine Le Pen ainda não tiveram coragem de se apresentar sem preconceitos. Ainda bem porque não é desejável.

Passos Coelho, apesar da intervenção da troika, sabendo que Portugal teria que ser considerado junto da União Europeia e da Alemanha como um caso de sucesso, não se mostrou audacioso no plano diplomático. Veja-se a subserviência com que ele tem atuado junto das instâncias europeias.

Passos Coelho, aquando da campanha eleitoral, na ânsia de captar o poder para os neoliberais alojados no PSD, fez promessas que sabia não iria cumprir ou, não o sabia, e os seus “advisers” disseram-lhe para as fazer. António José Seguro começou a fazer promessas que diz vai cumprir, apesar das contas que ele tem no seu bloco pessoal poderem não estar certas e ameaça coma demissão se assim não for. Alguma vez se poderá ir votar num primeiro-ministro que à primeira contrariedade se demite? Neste momento que certeza pode ter do que se vai passar daqui a mais de um ano?

Recorde-se o exemplo de Passos Coelho que, já no poder, não se mostrou à altura das suas promessas desculpando-se dizendo que desconhecia o que encontrou. Então as medidas foram lançar um programa de reformas que apenas se baseou em cortes e mais cortes e tomar como lema o “temos que empobrecer”. Era o empobrecimento forçado dos portugueses sem qualquer explicação que não fosse o passado, fazendo letra morta das promessas de reformas sem tocar violentamente nos benefícios sociais, nos salários e nas pensões. Optou por reformas radicais do tipo “tatchariano”, mas nem ele é Thatcher nem estamos nos anos oitenta. Agarrou-se à Merkel e à austeridade que ela e outros países do norte como Finlândia e Holanda quiseram aplicar aos países do sul sem tentar perceber ou avançar com outras que alternativas que dizia não existirem que é o argumento preferencial dos neoliberais desta extirpe.  

A direita deve procurar outras personalidades menos manchadas e de vistas mais largas e menos anquilosadas do que estas que têm governado Portugal.

 

 

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publicado às 23:17

Telhados de vidro e chuva em casa

por Manuel_AR, em 25.06.14

É costume o povo dizer que "enquanto o pau vai e vem folgam as costas", acrescento, do Governo, o que poderá ser traduzido por: o Partido Socialista, especialmente os adeptos de António José Seguro, estão a dar uma ajudinha aos partidos do Governo para que ganhem as eleições legislativas em 2015.

Só faltava agora quatro ex-dirigentes do PS virem também contribuir para a divisão do partido com um manifesto em defesa de Seguro adotando os mesmos argumentos que o PSD e o CDS utilizam como oposição aos socialistas. Não sei como é que aquelas individualidades querem que o partido ganhe as próximas eleições. Entrando no jogo dos partidos do Governo talvez…

As declarações daqueles socialistas são tiros nos pés do próprio partido e são o replay do que temos ouvido por elementos do PSD e comentadores da sua proximidade. Afirmações como "os mesmos que conduziram Portugal para o desastre" que têm sido pronunciadas pelo PSD para atacar o PS são agora proferidas por alguns, poucos, dos seus militantes como arma de arremesso a António Costa. É de lamentar.

Por sua vez José Seguro, atual Secretário-geral do PS, faz afirmações que são do domínio da impossibilidade. Como é que pode garantir que não teria assinado em 2011 o memorando de assistência externa, sabendo ele, se é que alguma vez soube, das pressões exercidas sobre o governo na altura. Ou será que, se fosse primeiro-ministro na altura, faria o mesmo que Passos Coelho fez até agora?

Atirar pedras ao telhado de quem vive na mesma casa em nada resolve qualquer problema e apenas serve para deixar entrar água na própria casa.

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publicado às 23:23

 

Lendo a entrevista de Alberto Martins (PS) ao jornal i podemos verificar que se centra em algumas palavras-chave de conceito vago, difuso e, em alguns casos, utópicos na sua concretização a curto e a médio prazo.

A promiscuidade entre política e negócios é uma questão sentida pelos portugueses à qual tecem críticas pois veem a ineficácia e lentidão da justiça quando estão em causa pessoas com ligações a governos atuais e passados. Estão bem presentes na memória os casos do BPP, do BCP, do BPN e agora o BES, embora este último tenha características muito diferentes dos anteriores. No caso do BPN estão a andar por aí os autores e os causadores das burlas. O caso do BCP foi bem evidente a prescrição que, no meu entender não foi ocasional, foi muito bem planeada. Já agora, quanto ao caso do BPN, dizem que nada ficou provado sobre eventuais vantagens tiradas pelo cidadão Cavaco Silva no caso. Se quiséssemos elaborar uma teoria da conspiração poderíamos considerar que ele, enquanto presidente, está nas mãos de alguns, ficando assim atado de pés e mãos para tomadas decisões independentes e, daí, a sua colagem ao Governo.

Ana Sá Lopes, no Jornal i, abordou na entrevista ao líder da bancada socialistas, Alberto Martins, a promiscuidade entre o poder e o mundo dos negócios ao mais alto nível, confrontou-o da seguinte forma: "A promiscuidade entre política e negócios e a corrupção é em Portugal uma evidência e não me lembro de os socialistas fazerem um grande combate a isso..."

Sobre este problema Alberto Martins traça um conjunto de intenções muito vagas na sua concretização que qualquer outro partido poderia traçar. O problema é, quando no poder, raramente ou nunca se concretizam na prática essas intenções. A questão de personalidades que, segundo ele diz, passam da política e das negociações diretas em nome do Estado para as empresas objeto da negociação, caso das privatizações, é, segundo ele, inaceitável. Mas, quando o PS esteve no Governo, não foram acauteladas situações deste tipo nem foram tomadas quaisquer medidas. Diz Alberto Martins " vamos acentuar um conjunto de medidas de incompatibilidades entre certas funções que se exercem e os lugares para onde se transita no fim dessas funções". São apenas intenções, porque sabemos que as pressões em sentido contrário dentro dos partidos raramente se traduzem na passagem das intenções aos atos.

Mais adiante afirma que a zona central da corrupção entre política e negócios são os paraísos fiscais e os offshores.  Ele sabe bem que os casos graves em Portugal não são esses, mas os outros, e é aí que ele se desvia para os apontar como sendo os mais graves.

Em toda a entrevista nada é concretizado embora se saiba que não é o momento de o poder fazer. Diria mais, no atual contexto europeu, nada do que ele propõe é concretizável. São considerações sobre como a política deverá ser, o regresso ao passado dos valores da política, uma "reconstrução" e um "redesenho" da europa que se vê impossível com a correlação de forças existente. Os sucessivos apelos à solidariedade europeia, à qual se refere oito vezes na entrevista, fez-me lembrar os apelos feitos na nossa sociedade para os mais ricos ajudarem os mais pobres o que cai, na maior parte das vezes, em saco roto. Um idealismo que deve ser valorizado mas que em nada responde aos reais e legítimos anseios dos portugueses.

Sobre a reestruturação da dívida a que ele chama renegociação que é diferente pois não passa pelo perdão nada acrescenta de novo ao que tem sido dito e à qual Seguro se referia num estilo de sim mas também não.

Quanto ao tratado orçamental para Alberto Martins é possível abrir negociações. Mas o problema é que é necessário que haja abertura dos países que nos têm sido mais hostis. Negociar na UE não é o mesmo que negociar internamente onde tudo é mais fácil.

Desdramatiza, quanto a mim bem, as discussões internas no PS pois elas prendem-se com estratégias, debates de ideias e valores.

No meu ponto de vista a perda de valores que se tem vindo a verificar na política, nos partidos e na sociedade portuguesa tiveram a sua causa nos partidos do Governo que sempre têm feito uma política de destruição da coesão social e através de políticas divisionistas entre instituições, entre os diversos estratos sociais e profissionais, numa ótica de dividir para reinar.  

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publicado às 17:47

No rescaldo das eleições autárquicas

por Manuel_AR, em 30.09.13

 

Se estamos mais próximos de um segundo resgate não será pelos resultado das eleições como alguns pretendem já sugerir. Não se pode esquecer o facto de o primeiro-ministro, Passos Coelho, ter levantado em agosto passado a eventualidade de um segundo resgate após o chumbo do Tribunal Constitucional da requalificação da função pública. Há algumas semanas voltou a falar no tema. Terá sido para intimidar antes das eleições autárquicas ou estava já numa pré-preparação para aquela eventualidade?

Os comentadores, apoiantes dos partidos do Governo, pretendem agora fazer passar a mensagem de que a perda das eleições, neste caso as autárquicas, se deve ao desgaste que é habitual num partido que está no Governo. Mote lançado por Passos Coelho na sua comunicação onde assumiu perante o país a perda das eleições e recordou acontecimentos idênticos há mais de vinte e cinco anos.

A derrota do PSD nas eleições autárquicas deve-se sobretudo aos grandes responsáveis primeiro-ministro Passos Coelho e à sua “entourage” composta pelos seus “advisers” e jotas incultos e irresponsáveis, pertencente a uma geração neoliberal radical infiltrada, muitos deles retornados, apostada numa desforra sobre os portugueses pelo do 25 de abril e pela descolonização. Pretendem agora escravizar os portugueses como os seus antecessores o fizeram aos povos africanos que colonizaram.

O condicionamento eleitoral preparado, assim como a forma de comunicação que o governo seguiu ao longo destes dois anos e meio, foi um desastre total e falhou em grande parte. A divisão e a destruição da coesão social dos portugueses foi a estratégia dominante, ora vinda do próprio primeiro-ministro e dos deputados da maioria no Parlamento, ora dos jotas do PSD, incultos e politicamente impreparados, que têm revelado, para além de falta de bom senso politico, falta de cultura sobre Portugal e os portugueses. Ansiosos por agradar e ganhar lugares no aparelho do Estado, pagos pelos impostos de todos, infiltram-se onde e como podem quais raposas em galinheiro.

Pelo que já conhecemos de situações anteriores, Passos Coelho faz ameaças quando as coisas não lhe calham como previu por isso pode prever-se que vai agora fazer retaliações sobre os portugueses, apenas sobre alguns como é seu costume. Esperemos para ver.

A crise desencadeada pela direita apoiada pelo PCP e pelo BE que deu lugar à queda do governo anterior e consequente resgate necessitaria, da parte do Governo que então tomou posse, de uma forma de comunicação que jovens radicais impreparados não tinham e que continuam a mostrar cada vez mais não ter, incluído o líder da desgraça do PSD, Passos Coelho.

Numa época de crise em que seria necessário envolver e unir os portugueses, não através de “uniões nacionais” artificiais como Passos Coelho e o seu aliado Presidente da República pretendem, mas com um discurso e comunicação mobilizadores onde os sacrifícios fossem devidamente justificados e repartidos por todos e não apenas por alguns grupos sociais e profissionais, enquanto outros, favorecidos, a quem interessa a manutenção deste Governo, vestem capas e arranjam artifícios para passarem ao lado da crise.

A Reforma do Estado tem sido até este momento uma mera ficção semântica. Planear uma reforma leva tempo e necessita de indivíduos competentes na matéria. Onde está o tal prometido plano daquela reforma foi entregue a Paulo Portas? Pode questionar-se o que aconteceria se numa empresa os responsáveis pedissem a um técnico credenciado da empresa um plano de reestruturação e este não o apresentasse. No mínimo era dispensado como incompetente no mês seguinte se, pelo menos, não apresentasse uma justificação para tal.

Há só uma forma da incompetência ser apeada que é a de fazer despertar o verdadeiro PSD para a necessidade de mudança da liderança que o sufoca o que só traria vantagens para a democracia.

Está provado que os portugueses aceitam a austeridade e os sacrifícios quando necessários desde que saibam qual o objetivo e o projeto para o seu país a curto e a médio prazo desde que não, façam apenas numa perspetiva de crença e fé, promessas para a melhoria de vida de gerações futuras, indefinidas no tempo, quando até essas provavelmente já estarão mortas.

Desde já podemos prever que Passos Coelho vai retaliar e apertar os sacrifícios aos portugueses que acha foram os grandes causadores do seu desaire eleitoral. Deixou-o bem claro na comunicação ao país em que assumiu a perda das eleições.

Paulo Portas, como de costume, com o seu ballet acrobático, faz do CDS/PP o grande vencedor das eleições autárquicas iludindo o seu eleitorado fugidio. Paulo Portas faz dos portugueses parvos. Depois das acrobacias trapézicas que tem feito será que ainda há quem apoie e aceite continuar a assistir a ver este circo? O penta autárquico, como ele designou por ter conseguido seduzir cinco autarquias não é mais do que um caso atípico nestas eleições que, com o tempo, se irá esvaziar. Casos como o de Ponte de Lima no domínio do CDS são raros. Se são bons ou maus os autarcas quem melhor do que os eleitores para o decidirem? Veremos com o tempo. João Jardim também governa a Madeira ao longo de mais de trinta anos, até que um dia…

Quanto ao PS resta-lhe ter cuidado porque, não será por vencer estas eleições que as futuras estarão garantidas e já não falta muito. Ou apresenta alternativas consistentes e começa a preparar um discurso de verdadeira oposição, sem ser através de medidas comezinhas e de cariz sedutor ou não vai conseguir que os portugueses lhes reconheçam crédito para governar. Se José Seguro não reconhecer isto voluntariamente mais vale retirar-se da liderança enquanto ainda está nas em algumas boas graças.

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publicado às 19:31

O entalado

por Manuel_AR, em 19.07.13

Desconheço neste momento como estão a decorrer as negociações entre os três partidos PS, PSD, CDS e se estão a ser distribuídas entre eles muitas beijocas de acerto de compromissos. Ou melhor, Seguro desliga-se do discurso de propaganda partidária de Passos Coelho emitido ontem e diz, segundo a TSF, que “reage com silêncio às declarações do PM, alegando querer alcançar um bom acordo e não pretender perturbar o processo de diálogo em curso com PSD e CDS”. Quer dizer um não teve receio de criticar o PS propagandeia o partido e o Governo, o outro fica silencioso. Desculpem-me o termo, mas que raio de treta é esta?

No meio de todo este quadro de estado psíquico em que já não se tem a noção das realidades objetivas geradoras desta intensa crise que posso denominar por psicose política, José Seguro está, cada vez mais a deixar-se entalar.

Quem está com as “calças na mão” é o Governo e o Presidente da República e querem agora um salvador, não da pátria mas do Governo, e José Seguro vai nessa, embalado com promessas vãs de eleições.

É verdade que o Partido Socialista está comprometido com o memorando da “troika” porque o assinou juntamente com os outros. Mas pode perguntar-se se, quem o executou não foi este Governo? Não foi este que o alterou a seu belo prazer? Podemos até duvidar se o memorando foi bem executado por esta gente que diz que governou durante dois anos.

Tudo se passa como se duas empresas assinassem um acordo assumindo determinados compromissos e, em determinada altura, uma das empresas altera o acordo à sua maneira, assume compromissos com terceiros, não assinados por ambas as partes, e conduz a segunda empresa à falência sem que a primeira tenha sido sequer ouvida. E, agora a culpa é da primeira!

Por favor não brinquem mais connosco portugueses. Já não somos mais estúpidos.

É bom fazer comentários na televisão, cobertos por uma falsa isenção, defendendo e apoiando as políticas deste governo concordando com argumentos mais do que cansativos do Presidente da República, que só fala do que faz e do que fez, por entre alguns poucos, ainda válidos, mas esses comntadores, como diz o povo, “falam de barriga cheia”. 

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publicado às 14:09

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por Manuel_AR, em 04.02.13

Caso passe a haver uma nova liderança no PS que caminhe num sentido de negociações, mesmo que pontuais, com os partidos do Governo, que os leve a facilitar os seus desígnios, podemos ter a certeza de que, nas próximas eleições legislativas, o PS sairá bastante enfraquecido e o poder não lhe vai com certeza cair no colo como pensa que será e, a “deadline” aproxima-se.



Porquê e com que interesses se levanta, nesta altura da política portuguesa, uma crise no Partido Socialista? Os comentadores, para confusão de todos divagam sobre a crise do PS com as mais diversas opiniões, contraditórias por vezes, enquanto os mais altos responsáveis do partido alimentam uma crise com palavras dúbias e tecendo secretismos à volta do tema.

O líder do Partido Socialista, António José Seguro, não ata nem desata com um projeto alternativo e sem capacidade para fazer uma oposição efetiva e de confronto político com o atual Governo, refugiando-se na repetição de afirmações já mais do que gastas para a opinião pública. Parece existir um complexo de culpa por parte do líder do PS porque, o partido então no Governo assinou, ao tempo de José Sócrates, o tal memorando com as entidades internacionais, vulgo troika.

Seguro parece não estar ciente que, a partir do momento em que Passos Coelho afirmou ao país que “tínhamos que ir para além da troika”, o pacto com o PSD terminaria ali. Por outro lado, parece ter um complexo em relação ao passado que lhe tolhe os “movimentos” devido à assinatura do tal memorando. Não se pretende com isto dizer que o PS não se deva cumprir os compromissos assumidos rasgando o acordo à semelhança do que o PCP e o BE fazem passar para a opinião pública. Contudo acredito que, em situação de governação, viessem a cumprir o que dizem porque, uma coisa é dizê-lo, outra é fazê-lo.

O PS, sem assumir o passado e, ao mesmo tempo, fazer uma rutura com ele, não há oposição que seja possível fazer ao atual Governo. Reparemos que, desde a data da assinatura daquele memorando, muitas coisas aconteceram quer a nível nacional, quer a nível europeu que levam a que as condições iniciais já não sejam exatamente as mesmas, com exceção do défice que continua elevado e das previsões erradas do Ministro das Finanças Jorge Gaspar que se prevê continue a errar, de acordo com previsões de entidades oficiais.

Não se percebe o que é que José Seguro quer dizer com “fazer uma oposição responsável e construtiva”. Ninguém está contra a responsabilidade e a construção de soluções mas a oposição faz-se com alternativas substantivas e credíveis e não através de um jogo do tipo toca e foge com os partidos do Governo apenas porque se encontra agarrado ao memorando da troika. Fazer oposição não é apenas ser responsável e ser construtivo, é mostrar que é (não poder vir a ser) alternativa a este Governo de coligação, criticando e propondo novas ideias que alterem a situação tal como está a ser conduzida por esta maioria.

Não creio que qualquer dos oponentes a Seguro que eventualmente pretendam uma nova liderança para o partido tenham de facto algo a propor de novo, excetuando se for uma nova forma de fazer oposição que seja mais assertiva e mais contundente, pondo de lado o receio de conotações com o passado recente, porque essa contrição já foi feita.

O perigo à vista de os partidos da coligação perderem as próximas eleições a favor do Partido Socialista começa a tomar forma através dos prognósticos políticos de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. Não por acaso que idealiza possíveis e potenciais coligações/associações do PS com o PSD num futuro governo, fazendo ressuscitar o que ele designa por bloco central caso o PS ganhe as eleições sem maioria absoluta.

Caso passe a haver uma nova liderança no PS que, ainda durante o mandato deste Governo, caminhe num sentido de negociações, mesmo que pontuais, com os partidos do Governo que os leve a facilitar os seus desígnios, podemos ter a certeza que, nas próximas eleições legislativas, o PS sairá bastante enfraquecido e o poder não lhe vai com certeza cair no colo como pensa que será, e a “deadline” aproxima-se.


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publicado às 19:21


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