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Hoje foi o dia da inauguração da mudança da embaixada do EUA transferida para Jerusalém. Manifestações resultaram em mortes de palestinianos. Enquanto isso Donald Trump não foi ao evento preferindo enviar um vídeo. A sua ausência, por mais que as suas estratégias comunicativas queiram fazer crer, a demonstra receios pela sua integridade física. No vídeo, depois da clara provocação, pretende acalmar os ânimos com um peculiar cinismo demonstrar que ao planos de paz para a zona vão permanecer.   

O Jornal de Negócios escreveu agora mesmo 14 de maio 16H45M que “O dia em que os Estados Unidos abriram a nova embaixada norte-americana em Israel, transferindo-a de Telavive para Jerusalém, hoje, é também o dia em que mais palestinianos foram mortos em confrontos com as tropas israelitas desde a guerra de 2014. Não é uma coincidência.” E, “para mostrarem ao mundo que apoiam a ocupação dos territórios palestinianos do Médio Oriente por parte de Israel. E não é apenas Jerusalém – cuja parte ocidental foi ocupada por Israel em 1967, na sequência da chamada Guerra dos Seis Dias – mas parte substancial do território que chegou a ser da Palestina.”

Ontem a Agência Lusa em noticia noticiava que “Portugal será um dos países ausentes na cerimónia de inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém, disse hoje à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português”.

O jornal Público, entretanto, acrescentava que “Portugal será um dos países ausentes na cerimónia de inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém, disse neste domingo à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ausentes estarão a Espanha, o Reino Unido, a França e Itália, entre dezenas de outros países, incluindo a maioria dos europeus. Com presença confirmada estão Roménia, Hungria, Áustria e República Checa. "Portugal não se fará representar na inauguração ", marcada para segunda-feira, afirmou a mesma fonte do Palácio das Necessidades.

Tendo em conta os regimes que estão nos governos de Roménia (entrou em janeiro de 2007, não faz parte da zona euro), Hungria (entrou em 2004, não faz parte da zona euro), República Checa (entrou em 2004, não faz parte da zona euro), exceção da Áustria que entrou em 1995 e que faz parte da zona euro, e percebe-se o porquê da comparência destes por enquanto quatro países.

Um dos objetivos a que Trump se propôs foi o de tentar enfraquecer ou até desmantelar a UE por todos os meios que tiver ao alcance. A U.E. é uma comunidade de países que estando unidos quanto à política externa podem ser uma força sem precedentes. As extremas-direita e também as extremas-esquerda são críticas em relação à permanência na CE apelam à sua saída.

Num mundo como o de Trump os países europeus que não façam passar a mensagem duma agregação e de força ficam à mercê das tempestades que este e outros políticos que começam a surgir mesmo dentro do espaço europeu.

Desde a invasão do Iraque em 2003 decidida por Bush em conivência com o Reino Unido de Blair, a Espanha de Aznar e com o beneplácito de Barroso.

Segundo o Der Spiegel a retirada americana do acordo com o Irão é a decisão da política externa do EUA mais perigosa e arrogante que um presidente dos EUA tomou depois de Bush. O risco é o de criar ainda mais instabilidade no Médio Oriente e levar a uma guerra liderada pelos americanos contra o Irão. Mais uma na zona.

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Imagem do Finacial Times

No jornal Financial Times, Philip Stephens escreveu em 10 de maio que “O realismo, no entanto, não requer submissão. A primeira prioridade deve ser manter juntos o que resta do acordo nuclear. Os EUA podem ter renegado, mas a Europa - e o resto da comunidade internacional - pode demonstrar que está preparada para manter o acordo com o Irã - o levantamento das sanções em troca da conformidade nuclear".

Não sei se Trump tem discernimento suficiente, mas são os seus conselheiros e quem está por detrás das suas decisões que o aconselham e o apoiam na sua estupida política externa provocadora de instabilidades que agravam conflitos.

Por outro lado, quando surgem planos para o desanuviamento por parte de países como as negociações entre a Coreia do Sul e a do Norte, Trump vem para a comunicação social colher os louros como se fosse ele o grande promotor da paz. Nem todos têm o mesmo grau de inteligência dele para perceberem a hipocrisia. 

No que respeita à U.E. Macron e Merkel poderiam ter procurado tranquilizar os povos da Europa e demonstrar que tinham um plano através de uma visão conjunta da política externa europeia e uma atitude firme dos políticos europeus. Mas nada disso aconteceu apesar da oportunidade para uma resposta unificada a Donald Trump. 

Na sexta feira passada o ex-embaixador do governo Barack Obama na UE Anthony Gardner vaticinou que "As relações entre Estados Unidos e U.E. vão ficar seriamente deterioradas".  Segundo a AFP – Agência France Press uma autoridade da UE que se reuniu com Trump durante sua visita a Bruxelas em maio de 2017 disse que o presidente americano é “incontrolável” e “não ouve opinião nenhuma”.

Também o presidente francês Emmanuel Macron salientou que "Não podemos mais deixar que outros decidam por nós", numa clara alusão aos Estados Unidos.

Angela Merkel mantém uma relação complicada com o presidente americano, Donald Trump, que multiplica as críticas em relação à sua política económica e as condenações públicas contra a sua recusa de assumir mais gastos militares na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker afirmou também que "Washington não quer cooperar mais com o restante mundo, e estamos no momento em que nos devemos substituir aos Estados Unidos".

Por seu lado no jornal alemão “Suddeutsche Zeitung”, Marc Beise, comentava que:

“É claro que não ajuda enfrentá-lo (Trump) de maneira amigável e competente, como Angela Merkel fez, ou tão lisonjeira como o presidente francês Macron.” “…Trump conhece apenas a submissão, e mesmo aqueles que se lhe submetem não podem ter certeza por quanto tempo.”

“Aqueles que ainda não aperceberam, nem entenderam, devem prestar atenção ao novo embaixador dos EUA em Berlim. Apenas algumas horas depois de Richard Grenell ter sido credenciado como embaixador do EUA em Berlim emitiu o slogan no estilo de seu mestre Trump e num tweet “ordenou rapidamente que as empresas alemãs encerrassem os seus negócios no Irão imediatamente.” "Wind down operations immediately " - escreveu. Nenhum embaixador na Alemanha talvez falou tão diretamente. É um processo escandaloso, mas se encaixa na imagem da política de Trump.

Não ajuda, se os profissionais quiserem explicar o trabalho ao novo embaixador: um emissário deve explicar a política do seu país, mas nunca dizer ao país anfitrião o que deve fazer. Sob Trump, a diplomacia recebeu novas regras que são a zombaria e a ameaça e fala mal a pessoas e a instituições. Os contratos e os acordos são simplesmente abandonados quando não se adequam aos interesses de apenas um país. Estes são métodos que costumavam ser usados ​​principalmente por estados autoritários.

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publicado às 16:58

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Atenção a todos o que se atrevam a comentar positivamente a política económica do atual Governo e os seus resultados, fiquem sabendo que não estão habilitados a tal. Apenas instituições nacionais e internacionais e europeias, independentes e iluminadas se podem dar a essa magnificência, embora saibamos que são políticas, mas Maria Luís Albuquerque quer dar a entender que são independentes.

Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, veja lá se tem tento, porque isso de falar sobre a economia do país não é para si, aliás, nem devia falar em nada do que se passa no país, porque o Senhor não tem competência, tá a ver!? O senhor não deve falar em nada, deve ficar lá no seu buraquinho caladinho e, quando falar, deve fazê-lo criticando, apenas, e só, o Governo. Está é uma das formas como podemos interpretar o que Maria Luís Albuquerque, Mulher Maravilha e girassol da economia e finanças, disse numa entrevista. Tal como o girassol ela é um heliotrópico (segue o movimento do sol) que indica o seu caráter solar de esplendor derivado da forma radiada da flor, aplicado às finanças e à economia.

Lamentável a prosápia desta senhora quando, em entrevista em 2016 ao jornal de Negócio, de direita, “critica o modelo económico que está a ser seguido pelo atual Governo, baseado no consumo interno. “O modelo económico não funciona” e “já tinha sido demonstrado no passado”. “O erro deste modelo não é matéria sujeita a opinião. Estamos a falar de factos”.

Agora que parece estar a funcionar mantém-se na dela juntamente com o seu grande amigo líder do ex-governo em que participou.

No Olimpo dos deuses da economia e das finanças só alguns tecnocratas de direita podem penetrar porque só a eles pertencem as verdades absolutas, inflexíveis, invariáveis e inalteráveis. Maria Luís acrescenta maior esplendor ao seu prestígio com a auréola da candidatura pelo PSD à Assembleia Municipal de Setúbal. O seu esplendor não a irá abandonar!

 

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publicado às 16:03

O parente pobre do jornal "SOL"

por Manuel_AR, em 29.11.14

Jornal Sol.png

 

O Jornal i parece ter passado a ser o parente pobre do jornal "Sol" desde que foi comprado pela Newshold, SGPS, SA. Note-se que esta empresa é detentora do jornal "Sol" e agora também do jornal "i". Tenho seguido o percurso deste jornal desde o seu aparecimento em termos de independência e estatuto editorial que tem vindo a sofrer alterações ora mais ao centro, ora mais à direita, ora mais à esquerda. Continuo a ler o jornal mais por ter em consideração muitos dos(as) jornalistas que lá trabalham.

A Newshold, detentora do jornal "Sol" tem 15% da Cofina que é dona do "correio da Manhã" e do jornal de "Negócios" e 1,7%.

Nos tempos áureos de Relvas, dezembro de 2012, saiu uma notícia no "Jornal de Negócios" que divulgava a intenção de Álvaro Sobrinho divulgava nas páginas de hoje do jornal "Sol" a lista de acionistas da Pineview Overseas, a sociedade que detém a Newshold, que era candidata à privatização ou concessão da RTP.

Álvaro Sobrinho é um empresário angolano, antigo diretor do Banco Espírito Santo (BES) em Lisboa e do banco BES Angola até pelo menos dezembro de 2013.

Este empresário detém, a título individual, 5% do BES Angola, assim como cerca de 3% da Espírito Santo International, através de várias sociedades detidas maioritariamente por si. A Espírito Santo International controla, por sua vez, a maior acionista do Banco Espírito Santo, a Espírito Santo Financial Group, a qual, por sua vez, controla o Banque Privée Espirito Santo (BPES) na Suíça, entre outros. Como presidente do BES tinha sido chamado ao Banco de Portugal para dar explicações sobre uma comissão de € 8,5 milhões que teria recebido de uma consultoria dada a um cliente em Angola.

Os editorais do jornal "i" de Luís Rosa que, após a compra, é diretor do jornal, passaram a ser, como já eram, de um neoliberalismo feroz, tacanho e enquistado e pleno de propaganda implícita ao regime, diga-se do governo, que ele mostra defender mais do que comentar políticas.

Fala este sábado da questão da lei do enriquecimento ilícito que tem sido adiada, segundo ele, por falta de consenso por parte do PS. Fala dos casos de corrupção que tem havido, porque mal seria se não o fizesse, mas foca sobretudo o caso de Isaltino de Morais, deixando em branco casos como o do BPN e outros que estão em águas estagnadas. Termina dizendo que temos que ter uma lei do enriquecimento ilícito, o que, para qualquer um parece óbvio, para "não termos mais Isaltinos", diz, como se este caso fosse o máximo do enriquecimento ilícito, esquecendo outros que apenas enuncia mas que estão na base da corrupção e branqueamento de capitais.

Salienta a ideia de Teresa Leal Coelho, uma galinha do PSD que cansa qualquer cidadão por monopolizadora de diálogos, de "passar alargar o crime a todos os cidadãos, permitindo abranger, além dos funcionários e titulares de cargos políticos o setor privado". Quem não está de acordo com esta ideia? O problema é que tudo terá repercussão apenas para o futuro. E todos os casos de enriquecimento ilícito do passado ficam todos a salvo porque, entretanto, ninguém mais lhes vai tocar. Estarão a salvo.

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publicado às 16:05

Dissonância cognitiva do governo

por Manuel_AR, em 28.10.14

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 Maria Luís Albuquerque veio sobre o mesmo assunto dizer que foi dito aquilo que não foi dito. Mas afinal foi o que foi dito e não o que ela disse. Percebem o trocadilho?

Nem sequer merece a pena comentar em pormenor a intervenção do primeiro-ministro no encerramento das jornadas parlamentares da maioria PSD/CDS onde Paulo Portas nem sequer apareceu. Foi uma intervenção digna para um comício do desvairo onde se ataca tudo quanto mexa, discorde e não apoie a sua política desvairada. Podermos comparar o desvairo do primeiro-ministro e do governo a um manicómio onde os loucos tomaram o poder e o governam.

Perdeu-se todo o sentido da realidade chamando inverdades às críticas que são feitas a tudo o esteja mal e sai do governo. Não admite a crítica e, todos quanto o façam, jornalistas e comentadores são mentirosos, preguiçosos e não estudam. Esquece-se dos deputados e comentadores do seu quadrante político, esses sim mentem com o propósito de confundir. Entrámos de facto no domínio do desvairo.

Veja-se o caso do Orçamento do Estado para 2015, quando surge na comunicação social, Jornal de Negócios, uma simulação, efetuada com base na proposta de lei aprovada pelo Conselho de Ministros no dia 16 de outubro seguida de uma conferência de imprensa onde não foi divulgada qualquer salvaguarda para aqueles casos, mostrando que as deduções no IRS prejudicavam as famílias sem filhos e com um filho.

A divulgação da simulação levou posteriormente a atabalhoadas intervenções e desmentidos pelo secretário de Estado anunciando uma salvaguarda para aqueles casos, isto, após já ter sido apresentado o projeto aprovado pelo Governo. Sem apresentar a proposta de lei o secretário de Estado tecendo um conjunto de afirmações e considerações sobre a reforma do IRS antes de divulgar a proposta de lei.

Maria Luís Albuquerque veio sobre o mesmo assunto dizer que foi dito aquilo que não foi dito. Mas afinal foi o que foi dito e não o que ela disse. Percebem o trocadilho? Mas Maria Albuquerque vai mais longe quando afirma que afinal os portugueses vão ter mais poder de compra porque as pensões não foram cortadas exceto as mais elevados e que os funcionários públicos recuperam poderem de compra porque parte dos salários não foram cortados. Descaramento ou esquecimento?

O Governo criticou de forma veemente o Tribunal Constitucional quando este se opôs, face à constituição, a cortes nos salários e nas pensões, mas agora vem na voz da ministra das finanças dizer que foi tudo por obra do Governo e deste orçamento que tal aconteceu. Será isto uma inverdade ou uma mentira?

Quanto a mentiras, considerações atabalhoadas e outras, o primeiro-ministro é pródigo e tem memória curta porque afinal quem mentiu foi ele quando estava ciente da subida ao poder que os portugueses lhe iriam oferecer de mão beijada, a ele e ao seu atual apoiante Presidente da República.

É tempo de desmascarar os embusteiros do reino.

Recordemos estas passagens de afirmações de Passo Coelho:

Estes senhores não têm qualquer respeito por quem os colocou no poder. Mentem, omitem, desmentem sem qualquer pudor a verdade, mudam o que não devia ser mudado apenas para dizer que mudaram, alteram, repõem, misturam, deturpam. Mais do que isto não é possível. Governo de loucos para loucos e parvos que julgam ser os portugueses, mas que não o são.

Nas trocas e baldrocas este Governo revela apenas uma dissonância cognitiva devido às inconsistências entre algumas experiências, crenças, atitudes que desencadeiam um estado desagradável que tentam reduzir reinterpretando algumas das suas decisões e experiências, a fim de as tornar consistentes com as restantes.

João Galamba, num artigo de opinião no Diário Económico afirma, que "O Orçamento do Estado para 2015 é um documento que lamenta o facto de o Governo não ter podido cortar toda a despesa que queria, mas que celebra os efeitos dessa impossibilidade. É um documento que se vangloria de devolver pensões e salários, mas que jura querer regressar aos cortes estruturais na despesa pública (leia-se salários e pensões). É um documento que diz praticar a ética social na austeridade e apoiar a família e a natalidade, mas que se propõe cortar 100 milhões de euros em prestações sociais para as famílias mais pobres, incluindo prestações sociais que não existem. Se queriam uma imagem de um governo esgotado e em dissonância cognitiva, aqui a têm."

Para Passo Coelho e o seu Governo estamos todos enganados, eles é que estão certos. Presunção e água benta, cada qual toma a que quer.

Imagem de: https://wehavekaosinthegarden.wordpress.com/category/governo/

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publicado às 00:05

A saída em dezembro de 2013 de Pedro Santos Guerreiro como diretor Jornal de Negócios foi uma perda para este jornal e ao que parece também deixou de colaborar na Revista Sábado. Não perdeu nada diga-se. O competente jornalista passou a diretor-executivo do Jornal Expresso que ganhou com a aquisição.

Joana Garrido, é agora a atual diretora do Jornal de Negócios, cuja pouca isenção a tem levado cada vez mais a aproximar-se das políticas e das medidas do Governo de Passos Coelho, por mais absurdas que sejam, o que tem dado os seus frutos. Passou também a ter uma coluna de opinião na Revista Sábado. Nada mais oportuno para uma propagandista em momento de proximidade de eleições. Defende tudo quanto sejam cortes, injustos ou não, com critérios ou sem critério, tudo quanto venha do Governo e não lhe toque nos seu bolsos está sempre certo, a não ser, claro está, os impostos que lhe subtrai rendimentos, (temos pena, também a todos nós). Não se aflige tanto quando são cortes nos rendimentos de outros mesmo que os ache injustos. Talvez ande à procura de um lugar ao sol que lhes seja pago com os impostos pagos por todos.

A honestidade e a isenção jornalística é fundamental que não deve ter tem a ver com o ser jornalista de direita ou de esquerda

Um lugar numa coluna da Revista Sábado já lá canta. Esse não é pago com os nossos impostos mas por quem compra revista que às vezes nem vale o dinheiro que se dá por ela. Eu compro-a por necessidade de saber como vai esta gente passando…

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publicado às 18:35

Que país é este onde vivemos?

por Manuel_AR, em 27.04.13

 

Até onde chega a cumplicidade entre os monopólios e os governos que se deixam enredar por lobbies e, consequente, pressões sobre o Estado.

 

As remodelações do Governo são de facto peças de teatro de má qualidade e para inglês ver. Tal e qual como na obra de Miguel Sousa Tavares, Equador, em que o governador de S.Tomé, a mando do Rei D. Carlos, tentava demonstrar ao Cônsul Inglês que não se praticava escravatura no território.

Trata-se aqui da demissão do Secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, em Março de 2012, devido a pressões do lobby da energia. De acordo com o Jornal i Henrique Gomes foi demitido após ter “elaborado um relatório sobre os cortes das rendas excessivas no sector elétrico previstos no Memorando de entendimento.”.

Henrique Gomes foi então na altura impossibilitado de de fazer uma intervenção no ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) sobre o tema das rendas pagas às empresas elétricas.

Ainda segundo o mesmo jornal Henrique Gomes denunciou que o relatório com as “propostas de cortes e a impossibilidade de um imposto especial sobre as rendas excessivas, foi enviado para o gabinete do primeiro-ministro” tendo chegado quase de imediato à administração da EDP cujo responsável é António Mexia. Caso inquietante, revelado por Henrique Gomes, é que a sua demissão do Governo foi festejada com champanhe numa empresa do setor que, sendo única só poderia se a EDP.

No Jornal de Negócios da passada terça-feira Henrique Gomes e sobre o mesmo assunto diz que “Esses privilégios traduzem-se em rendas excessivas, financeiramente insustentáveis, económica e socialmente ilegítimas e, no caso das rendas, ilegais. Politicamente são um desastre.”

Até onde chega a cumplicidade entre os monopólios e os governos que se deixam enredar por lobbys e, consequente, pressões sobre o Estado. Será que não é possível por fim a isto?

Para bom entendedor meia palavra basta…    

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publicado às 19:31


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