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Quem quer arrombar com o país?

por Manuel_AR, em 24.07.19

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À medida que o calor do verão avança e o outubro das eleições se aproxima há acontecimentos a ocorrer e coincidências de facto, tais como greves dos ditos motoristas de matérias perigosas, as ameaças de greves dos professores, conservadores e oficias de registo, Inspetores da PJ, mestres da Soflusa, dos médicos, etc.

Acrescentemos ainda: o bastonário da ordem dos médicos quer mais médicos e melhores vencimentos, os sindicatos e a ordem dos enfermeiros reivindicam mais salários e mais enfermeiros, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, reivindica mais recursos humanos e maiores vencimentos para os militares, esperem acho que me estou a esquecer de outros casos!… Bem, talvez, mas não interessa...

A maioria destes sindicatos intitulam-se de independentes, pois claro, como aquele sindicato recém-formado “gerido” por Pedro Pardal Henrique, um advogado que não sabe o que é conduzir um camião de matérias perigosas, e que acena com cenouras aos verdadeiros condutores para os manipulare com finalidade políticas e, quando não, partidarismo obscuro, e manifesta oposição ao Governo. Basta ler as suas últimas declarações. Com o seu discurso demagógico, de “falinhas brandas”, tenta convencer quem o ouve. E os seus argumentos foram já divulgados pela SIC Notícias num vídeo onde afirma: “Este ano é ano de eleições, em outubro. Se nós não conseguirmos fazer nada este ano, (no próximo ano) eu acho um bocado difícil. Mas eu estou convosco até ao fim”, disse Pedro Pardal Henriques no congresso nacional que se realizou no primeiro fim de semana deste mês.

A juntar, a isto começaram os incêndios graves que surgiram desta vez, sem mais nem porquê, nas regiões de Vila de Rei, Sertã e Mação, todos eles em autarquias geridas com grandes maiorias PSD nas eleições de 2017 e cujo autarcas declinam quaisquer responsabilidades e apontam o dedo ao Estado e, consequentemente, ao Governo. E agora é Alijó no distrito de Vila Real.

São tudo meras coincidências. Nada disto tem a ver com oposição ao Governo nem com eleições nem com maiorias, nada disso! Está tudo no meu mundo da ficção!

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publicado às 19:14

Terrorismo incendiário

por Manuel_AR, em 21.07.19

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Assim como temos a época do natal, a época da páscoa, a época de férias passou a haver também a época dos incêndios, nome pomposo com que, desde maio, os noticiários anunciam pomposa e anualmente o flagelo antecipado.

É uma espécie de publicidade de aviso aos incendiários e aos pirómanos que alguns insistem ser os maluquinhos das aldeias, e aos outros, os que, inadvertidamente e sem querer, fizeram queimadas, lá no alto dos montes circundantes, em locais afastados das suas terras donde retiraram os entulhos secos.

Desde os incêndios na zona de Papilhosa e Pedrógão Grande no distrito de Leiria em 2017 que na “época dos incêndios” as ignições se iniciam estrategicamente em pontos para que, auxiliados pelo tipo de tempo, se encaminhem para locais onde possam por em perigo povoações e pessoas.

Sempre tive uma teoria sobre os incêndios em Portugal. Na sua maioria os incêndios, talvez mais de 90%, são estrategicamente colocados e obedecem a regras e orientações muito bem delineadas no espaço, no tempo, na estratégia e cujo móbil é a desestabilização e a insegurança com intenções pró-política. 

Segundo o jornal Público o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, registou este domingo a “estranheza” das autoridades e dos autarcas face à ignição de cinco incêndios “separados por poucos minutos”.

Para os casos em Portugal deve haver uma rede criminosa com objetivos delineados. Terrorismo é, para mim, o termo adequado. Terrorismo não é apenas executado pelos que disparam indiscriminadamente ou os que se fazem explodir com um engenho junto a locais públicos movimentados. Este tipo de terrorismo é uma espécie de guerra de guerrilha que raramente é ganha por quem a combate devido à rapidez dos ataques e da mobilidade dos atacantes.

Podemos considerar o tipo de terrorismo incendiário e em termos mais amplos como um ato de violência com o objetivo de produzir reações emocionais desproporcionais generalizadas, como o medo e ansiedade, que provavelmente influenciam atitudes e comportamentos. Tem uma violência sistémica e bastante imprevisível e geralmente é dirigida contra alvos simbólicos. É uma a violência destinada a transmitir mensagens e ameaças como forma de comunicação para poder ganhar controle social. Estes não são pirómanos, são terroristas incendiários.

Acho que, quer à esquerda, quer à direita do espetro político se sabe que assim é, mas ninguém na política teve ainda a coragem para o denunciar. Será que não seria a altura de colocar alguns incêndios fora do âmbito da negligencia e passar a considerar estes como crime organizado contra a segurança do Estado e da Nação onde o SIS ou o SIED possam ter a sua atuação?

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publicado às 19:42

1. Incêndios e incendiários da política.

 

A oposição de direita coadjuvada pela comunicação social ainda não largou os fogos da época passada, postos por incendiários cuja origem e motivos se desconhecem, e já a comunicação social e os partidos da oposição de direita estão a dar o mote para que os incendiários novamente se preparem. Portugal, como nenhum outro país da UE, é um país de incendiários por mais que nos queiram fazer ver o contrário.

Não se percebe como é possível que responsáveis partidários e políticos aparecem a falar assumindo a inevitabilidade dos incêndios em vez contribuírem com propostas para a sua prevenção.

A frase mais do que uma vez utilizada pela impressa e pela televisão é a “época dos incêndios que se avizinham”, como se estes fossem um determinismo. O pressuposto deveria ser que ninguém deita fogo às florestas, a menos que se aceite implicitamente a existência de a circunstância de há uma “causa terrorista”, e, a ser assim, haverá “interesses” a ela subjacentes para se retirarem dividendos.

Como iremos continuar a verificar durante toda a época de verão os incêndios não deixarão de ser o estribilho da oposição de direita e da comunicação social que a apoia. Partem da suposição de que eles se continuarão a verificar. E assim vai ser! Essa direita que, quando no governo, nada fez para alterar essa calamidade que assolam o país todos os anos, pretende agora que um problema de tal envergadura e complexidade seja resolvido em menos dum ano.

Pela rede da web não faltam comentários das notícias vindos da direita estão todos sintonizados na estação da culpabilização do Governo como se nada existisse antes…

Até Rui Rio já viu o filão pode explorar partidariamente e possa colher daqui e dali alguns votos.

O Presidente da República sobre os incêndios disse numa entrevista ao jornal Público que se “Voltasse a correr mal o que correu mal no ano passado, nos anos que vão até ao fim do meu mandato, isso seria só por si impeditivo de uma recandidatura”. Como se as causas dos incêndios fossem unicamente da responsabilidade deste Governo, e se, à simultaneidade da ignição dos mesmos fosse possível dar respostas imediatas.  António Costa parece ser mais sensato quando ao responder à pergunta se se demitiria se houvesse nova tragédia, diz que "Quando há um problema, a solução não é demitirmo-nos, é estarmos prontos para resolver o problema".

 

2. Sócrates e ódios de estimação

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Tocqueville, historiador e escritos francês do século XIX disse no seu tempo que, em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades.

Nesta semana João Miguel Tavares num dos seus já habituais escritos de opinião no jornal Público veio defender uma tese muito interessante numa tentativa de desculpabilizar mais os que praticam um certo tipo de corrupção e de culpabilizar mais outros, conforme os níveis da sua prática quando se está no poder. Como se a corrupção tivesse níveis quando e como é praticada e consoante é em proveito próprio ou não. A corrupção por princípio tem como fundamento benefício próprio e ou de outrem.

João Miguel Tavares refere que “Uma das reacções mais estupidamente pavlovianas à invocação do nome de José Sócrates, e à sua cumplicidade com tantos socialistas, consiste em elencar de imediato todos os casos de Justiça envolvendo figuras da direita – e lá vem Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima, o BPN, os submarinos, Paulo Portas, Miguel Relvas, a Tecnoforma, e o mais que der jeito e assomar à memória.”

Ao contrário do que acha João Miguel as reações não são pavlovianas pois estas têm como base reflexos condicionados, e as que o autor se refere são reações comportamentais ou behavioristas como se quiser. Baseiam-se no condicionamento operante que é um processo pelo qual se pretende condicionar uma resposta de um indivíduo, seja para aumentar a sua probabilidade de ocorrência ou para extingui-la. No primeiro caso, são apresentados reforços (e o reforço são as notícias sobre a Operação Marquês e Sócrates).  Vale a pena ressaltar que o conceito de reforço está diretamente ligado a ocorrência da resposta, um estímulo só pode ser considerado reforçador se aumentar a probabilidade de determinado comportamento ocorrer.

Mas voltando ao que interessa, não assomou à memória de João Miguel Tavares o caso de Aníbal Cavaco Silva. Como liberal assumido defende os seus, os que agora se encontram do lado de lá, e centra-se nos que estão do lado de cá. Tem, todavia, alguma razão quando escreve que o caso de José Sócrates é um caso singular de corrupção. E, sê-lo-á, se vier a ser provado em tribunal, ao contrário da comunicação social que acusa, julga e condena. Não há que esperar, há que fazer notícia a qualquer preço.

Lembro-lhe que na oitava eleição presidencial portuguesa, em janeiro de 2011, foi reeleito Aníbal Cavaco Silva para um segundo mandato. Conforme divulgou o jornal Expresso, no mesmo ano, uma testemunha revelou em tribunal que Oliveira e Costa vendeu, em 2001, a Cavaco Silva e à sua filha 250 mil ações da Sociedade Lusa de Negócios, a um euro cada, quando antes as adquiriu a 2,10 euros cada à offshore Merfield. Respondendo a perguntas dos juízes do julgamento do caso BPN, o inspetor tributário Paulo Jorge Silva disse "não ter explicação" para o facto de o principal arguido, José Oliveira Costa, ter perdido 1,10 euros em cada ação que vendeu a Aníbal Cavaco Silva e à filha do atual Presidente da República, Patrícia Cavaco Silva Montez.

Em 2016 a revista Sábado publica o seguinte: Luís Montez "beneficiou" das mesmas facilidades que o antigo Presidente da República no BPN, mas ao contrário do que aconteceu com Cavaco Silva, não era "permanentemente fustigado" pelo Partido Socialista. Depois de em 2011 a SÁBADO ter avançado que o genro do antigo Presidente da República tinha renegociado uma dívida de 260 mil euros com o BPN, agora é Fernando Lima, antigo assessor de imprensa de Cavaco Silva, quem o escreve em "Na sombra da Presidência", livro que hoje é citado no jornal i.

Não seria também Cavaco Silva um caso singular de corrupção por ser na altura o mais alto magistrado da nação e que, por isso, deveria ser investigada até à exaustão? E alguns desses outros a que se refere não tiveram responsabilidades governativas? Mas não, foram enviados para os arquivos mortos.

João Tavares afirma que “Muita gente tem dificuldade em perceber isto – e daí a obsessão por tentar encontrar exemplos idênticos no partido ao lado.” Para ele são casos diferentes, e são-no de facto. Será por isso que uns devam passar impunes e outros sejam sistematicamente atacados e lançados desmesuradamente para a opinião pública?

Mas João Tavares não espera, Sócrates já é culpado e sentencia que Sócrates “utilizou a sua posição de poder para promover de forma ilícita o enriquecimento pessoal”. Lembro-me outra vez do que atrás referi sobre Cavaco Silva, sujeito que esta semana, na TVI24, José Miguel Júdice considerou ser a pessoa mais honesta do país e fora de qualquer suspeita.

Pela minha parte não faço juízos de intenção nem de valor sobre ainda presumíveis factos. O facto é que, o que tem sido divulgado pelos órgãos de comunicação sobre Sócrates e sobre Operação Marquês, que “opinion makers” aproveitam para tecer as mais diversas opiniões, são considerados. sem qualquer dúvida. como verdades. Podem vir a ser dados como provados (ou não), mas deixo sempre tudo em aberto até ao julgamento.

Com uma coisa concordo com João Miguel, é que “a corrupção é um mal transversal, que não olha a ideologias”, mas se assim é então há que combatê-la afincadamente, sem diferenciar tipologias consoante os interesses, dando-lhes o mesmo destaque e fazendo as mesmas críticas, porque corrupção no mundo da política é sempre corrupção seja, ou não, no sentido convencional do termo, mesmo quando governantes ou ex-governantes sejam eles quem forem estiverem presumivelmente implicados.

Caso curioso é que, quando as televisões avançam com notícias sobre o caso Sócrates de seguida colocam umas peças relacionadas com anteriores casos sobre os quais raramente se fala. É como nos quisessem dizer:

- Estão a ver como somos isentos também falamos de outros casos.

Não brinquem connosco.

 

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publicado às 13:13

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Segundo alguns dicionários um saco é uma "espécie de bolsa de pano, couro, plástico ou outro material, aberto em cima, geralmente com asas para facilitar o transporte". Há vários tipos de sacos: os sacos para batatas, os sacos de plástico, os sacos de papel, os sacos para dormir, etc., mas também há os sacos azuis e os sacos da política e do jornalismo donde se tiram peças para aproveitamento político.

Aqui entram hipotéticas teorias da conspiração cujo atributo é a crença de que certas forças poderosas, são responsáveis ​​por adversidades e infortúnios de outro modo inexplicáveis e cujo alcance se estende a governos, finanças, cultura e educação, e a ausência de evidência real da sua existência ou influência é simplesmente tomada como prova.  Algumas são baseadas na política e compartilham da crença de que uma “mão oculta e sinistra” pode estar a manipular eventos para o benefício dos conspiradores em detrimento de todos os outros.

No que respeita a estes últimos existem os que, como os incêndios de outubro na região de Pedrógão Grande e outros próximos, causaram lamentáveis vítimas, dezenas delas que terminaram em mortes trágicas de gentes indefesas daquelas regiões violentadas pelas chamas por assassinos a soldo de alguém.

Escrevi em tempos neste mesmo blog a minha opinião sobre a causa daqueles e de outros incêndios que me pareceram muito estranhos e arquitetados com bastante pormenor.  E, como resultado, o oportunismo com todo o fulgor da oposição de direita aproveita a tragédia. Em política nada acontece por acaso. Certas reportagens ditas de jornalismo de investigação da TVI, como foi por exemplo o caso das adoções pela IURD, presumivelmente ilegais, de crianças, são desenvolvidas e debatidas até à exaustão e outras como a reportagem sobre as presumíveis caudas dos incêndios, feita pelo mesmo canal, ficam-se pelo caminho.

Ao longo dos últimos meses noticiários e reportagens nos canais de televisão resplendecem com peças sobre os incêndios numa amalgama de acontecimentos trágicos e chamas. É uma espécie de cadinho onde se misturam episódios, atrás de episódios, que já não são notícias, são antes uma edição de construções ficcionadas aproveitadas a partir da triste realidade. Bem podiam dar um aviso aos espectadores, como naqueles filmes de ficção e em novelas, que alerta para que qualquer semelhança com personagens da vida real é pura coincidência. São imagens acompanhadas de palavras refeitas para públicos com iliteracia imagética.

Já afirmei em anteriores postes que até às próximas eleições a oposição de direita revisitará, sempre que lhe convenha, o mesmo tema atualizado e melhorado. Assim está a acontecer. Com a ajuda da comunicação social, cuja quebra de vendas a torna sedenta de más notícias, aos poucos vai tirando do saco o que lá vai guardando para ocasião oportuna.

É um cadinho onde se vão colocando casos da política relacionados com presumíveis corrupções misturados com químicos diversos, tendo Sócrates como catalisador, ou misturando outros elementos da química política que, eventualmente, possam reagir com o ingrediente Partido Socialista.

A pergunta que me tenho feito várias vezes é: porque será que, quando a direita está envolvida em corrupção o caldo não é aquecido à mesma temperatura e é colocado na gaveta mais fria do frigorífico da comunicação social, mas quando se trata da área da esquerda o caldo da corrupção é posto a ferver?

Tudo isto pode parecer mania da conspiração. Se há conspiração é a comunicação social que acompanho com frequência, e não as redes sociais, que me fornecem a informação e as notícias que me levam a colocar as hipóteses de conspiração.

Em março do corrente ano João Miguel Tavares chamou palermas aos que defendem teorias da conspiração dizendo que, “É precisamente porque o escrutínio do poder é um mecanismo de vigilância insubstituível que as teorias da conspiração só servem para entreter palermas “. Se lesse este artigo eu ficaria no seu rol de palermas.

Para o escritor e jornalista liberal João Miguel os que apresentam opiniões a partir de evidências ou pressupostos causais sobre algo que se relacione com a direita são teorias da conspiração para entreter palermas, mas, quando, pelo contrário, os pressupostos têm em mira a esquerda que governa não são teorias da conspiração, são escrutínio do poder.

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publicado às 00:21

Eleitoralismo e acontecimentos desastrosos

por Manuel_AR, em 26.03.18

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Na nossa história acontecimentos relevantes tiveram causas remotas e causas próximas. Na nossa história recente acontecimentos graves que se verificaram também tiveram causas próximas da responsabilidade do atual Governo e causas remotas da responsabilidade do anterior Governo, o XIX que saiu das eleições de 2011 com a coligação PSD e CDS liderado por Passos Coelho.

Da composição daquele governo constavam a Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas de 21 de junho de 2011 a 24 de julho de 2013, e Ministra da Agricultura e do Mar de 24 de julho de 2013 a 30 de outubro de 2015. De 24 de julho de 2013 a 30 de outubros de 2015 passou a ser Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia Jorge Moreira da Silva. Na Administração Interna tivemos Miguel Macedo 21 de junho de 2011 a 19 de novembro de 2014 e Anabela Rodrigues 19 de novembro de 2014 a 30 de outubro de 2015.

Onde quero chegar com isto é que o anterior governo foi a causa remota dos graves incêndios que assolaram o país entre 2016 e 2017 e que neste último ano causou a vida a mais de 67 pessoas.

As causas próximas poderão der atribuídas a responsabilidades várias do atual Governo. Todavia as consequências do presente devem-se a negligências no que respeita a ordenamento florestal e a medidas de redução de recursos e desatualização de meios e à desmobilização de meios, medidas tomadas pelo governo de Passos Coelho quando Assunção Cristas e Miguel Macedo na Administração Interna e eram responsáveis por áreas essenciais na prevenção e controle de catástrofes causadas por incêndios.

Em agosto de 2013, ainda Assunção Cristas era uma das responsáveis pelo pelouro das florestas, foi o grande incêndio que devastou a Serra do Caramulo e matou quatro bombeiros, deixando 13 feridos, apesar disso nada fez e tudo ficou na mesma. Nessa altura as notícias sobre o acontecimento foram tímidas e moderadas, sem a insistências e não se pediram demissões como o que foi no ano passado em que as condições climáticas desse verão ajudaram a agravar o que em si mesmo já era grave. Em agosto 2014 os autarcas queixam-se na altura de “que há muito ainda por fazer”. É certo que incêndios do ano de 2017 foram muito graves em extensão e em pessoas e bens, mas se, anteriormente, durante aos quatro anos de governação PSD-CDS, se tivesse apostado na prevenção e dado início a medidas para evitar futuras catástrofes em vez disso nada se fizeram. Com que consciência Cristas do CDS e o PSD falam agora e levantam a cabeça quando foram causa remota e histórica dos incêndios.

Apesar disso Rui Rio, atual líder do PSD, aproveita isso mesmo para se fazer impor como oposição fazendo uma visita promocional às zonas ardidas que é a sua primeira “visita oficial” às zonas da tragédia, fazendo-se acompanhar por deputados do partido. Rui Rio, referindo-se à ação de limpeza das matas realizada pelo Governo e pelo Presidente da República, o líder do PSD reconheceu que a ação “tem mérito”, acrescentando, porém, que, “perante um relatóri[i] que responsabiliza o Governo, o Governo faz uma ação de marketing”, ao que o Presidente da República respondeu dizendo que “Quem quer que seja governo hoje ou daqui a 4, 8, 12, 16 anos seja governo só ganha com a vitória neste combate. Quem achar o contrário é porque não tenciona ser governo tão depressa.”. Vejo esta afirmação como forma de incentivo aos partidos para virem a fazer campanha a partir da catástrofe.

As consequências das graves ocorrências dos incêndios ainda estão, ao momento, com base no referido relatório estão a ser utilizadas para campanhas promocionais pessoais e partidárias e já como pré-campanha eleitoral, é abjeto para não dizer pior. Há responsabilidades próximas que podem ser em parte da responsabilidade imputadas ao atual Governo, todavia há também responsabilidades, também elas muitas e graves, do anterior governo.

[i] Relatório dito independente proposto pelo PSD; independente apenas porque os seus elementos não são militantes do partido.

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publicado às 16:01

Um pouco de sensibilidade na política

por Manuel_AR, em 16.12.17

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As intervenções que o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa faz para comunicação social são muito bem pensadas e cuidadosas não se poupando a críticas diretas, mas subtis a algo com que não concorda por parte do Governo e mais especificamente sobre António Costa normalmente feitas após elogios também estes habilmente tecidos ao mesmo Governo.

 Raramente ou nunca me referi de forma favorável ou desfavorável a António Costa neste mesmo blog. António Costa é um político hábil e com faculdades negociadoras a que temos assistido, e sobretudo preocupado com o Governo que lidera. As preocupações nas suas intervenções são feitas assentam sobre aspetos programáticos e governativos presentes e em propostas para futuros próximos ou longínquos, esquecendo-se por vezes de sensibilidades e afetos também necessários a um político que deve também dirigir-se ao humano dos cidadãos que Marcelo Rebelo de Sousa tão sabe gerir.

Em Bruxelas onde decorre o último Conselho Europeu do ano, sem se referir e fazer comentários à atualidade nacional o primeiro-ministro António Costa disse que 2017 “Foi um ano particularmente saboroso para Portugal.” Após este declaração a comunicação social, sempre atenta a tudo quanto possa ser uma bom título aproveita um declaração de Marcelo para falar em “agulhas desalinhadas” entre Belém e São Bento” como diz o jornal Público que omite os elogios feito por Marcelo Rebelo de Sousa ao andamento da economia de das finanças dos país e centra-se apenas na frase de “Haja memória daquilo que aconteceu”, proferida por Marcelo que continua afirmando que  “Não haja ideia de que o ano foi todo muito bom, com um pequeno problema que foram as tragédias. Não é verdade. Houve neste ano o melhor e o pior”.

Tem razão Marcelo, o homem dos afetos, que não viu com bons olhos que, da parte do responsável pelo Governo não fosse dispensada uma palavra à parte amarga do ano que foi a tragédia dos incêndios. Não duvido que Costa não tenha o meso sentimento que Marcelo, seria uma demonstração pública de sensibilidade para com as populações atingidas. A euforia e o contentamento não podem fazer esquecer o que se deve fazer para remediar o mal que outros provocaram. Costa não esteve bem, este tipo de falhas em política não pode acontecer e não adianta correr logo para Pedrógão, após o regresso de Bruxelas, e depois do Presidente fazer a crítica. António Costa precisa de começar a jogar na antecipação.  

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publicado às 21:44

Oportunismo político ou indignação?

por Manuel_AR, em 22.10.17

CDS_Cristas e PSD.png

O populismo tem vindo a crescer nos países da UE sendo mais marcante dos partidos da extrema direita. Em Portugal o fenómeno começa a estrear-se pela voz da direita conservadora representada pelo CDS com apoio clericalista. A exploração política e oportunista através da tragédia dos incêndios e das suas vítimas foi demonstrada já mais do que uma vez culminando com a notícia com grande pompa da moção de censura ao Governo que aquele partido vai apresentar no parlamento.

Não deixou respirar a nação, havia que não deixar refrear as emoções, aproveitar o momento, para fazer uma ofensiva política, era crucial sem o que não teria mais oportunidades. Esta seria a sua prova de vida após ter subido uns pontitos nas eleições autárquicas à custa do revés que o PSD causou a si próprio. E assim será até que a situação interna do PSD se clarifique e apresente um novo programa ao país se assim for.

O CDS encontrará no populismo a arma com que irá espadeirar em todas a direções. É assim que os conservadores democratas-cristãos, que de social e cristão nada têm, sabem agir. Têm atrás de si a força clerical que os poderá ajudar a levar a água ao seu moinho.

A Assunção Cristas coube-lhe a sorte de poder estar a capitalizar a perda do eleitorado que temporariamente saiu do PSD assim coimo a tragédia dos incêndios, fazendo de Paulo Portas um menino de coro. Fala alto e põe-se em bicos dos pés e diz: - Olhem! EU estou aqui!

O PSD está, por razões justificáveis em fase de hibernação até à escolha de novo líder e, talvez por isso, vai andado a reboque do partido de Cristas. Pelo menos é que se depreende da posição tomada sobre a moção de censura ao Governo. Não se conhece ainda o teor da moção de censura do CDS, mas prevê-se que será mostrar uma atitude de manifesta indignação pelo sucedido e pelas mortes provocadas pelos incêndios. Apesar disso nega ser oportunismo político. Se não fosse uma situação tão trágica daria lugar a sorriso.

Falso argumento, uma moção de censura pressupõe a queda de um governo pois que as indignações não se manifestam por atos deste tipo que tão pouco resolvem os problemas das mortes de pessoas. Se a moção de censura não fosse só um ato de oportunismo político então deveriam dizer claramente aquilo que o governo não fez e não apenas que é um mero ato de indignação. Por outro lado, deveria apresentar alternativas, coisa que não fez.  Quando uma moção de censura é apresentada deve dizer ao que vem não sendo assim temos o oportunismo.

Houve um debate sobre o tema na Assembleia da República destinado ao tema dos trágicos acontecimentos e para se escutar o que se poderia fazer. Qual foi a atitude do CDS e de Assunção Cristas? Nada a apresentar. Curiosamente veio ontem dizer que tem propostas, as que se ouviram são as mesmas que já foram propostas pelo Governo. Talvez falta de inspiração!

O PSD desorientado apressou-se a dizer que apoia o CDS. Acho que fez muito bem em mostrar-se colado ao partido que lhe retirou uma parte significativa do eleitorado, pelo mesmo em Lisboa. A estratégia do CDS parece ser a de isolar ou arrastar o PSD aproveitando a fase ambígua que está a atravessa.

Talvez o PSD já se tenha apercebido porque hoje em conferência de imprensa o vice-presidente do partido afirmou: “O grupo parlamentar do PSD e o PSD gostariam de saudar o Governo pelas medidas que foram ontem [sábado] anunciadas de combate a estes flagelos que nos têm assaltado, que são os incêndios. O Governo tomou estas medidas e pode contar da parte do PSD com toda a colaboração necessária para que as mesmas sejam levadas a cabo”, afirmou Abreu Amorim segundo o jornal Público.

O que acho estranho é esta reviravolta do Amorim que sempre foi um dos radicais que mais se opôs ao Governo e à “geringonça” e defendia sem hesitação Passos Coelho. Será que ele do grupo que entra no ditado que diz Só os burros é que não mudam, frase atribuída a Mário Soares para justificar o facto de ter "metido o socialismo na gaveta" e de lá nunca mais o ter tirado.

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publicado às 18:16

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Vejam esta beleza de argumento de David Dinis no editorial de hoje 17 out como justificação dos incêndios iniciados quase em simultâneos em todo o país no último fim de semana:

Com o anúncio de que viriam uns dias de chuva, muitos portugueses resolveram fazer as queimadas do costume, sem pensar duas vezes nas consequências que poderiam trazer.

…………………………………………

Começando pelas queimadas: houve um tempo em Portugal em que os municípios, com a ajuda da GNR, faziam patrulhas para as controlar. Aconteceu desta vez?

A última novidade para a causa dos incêndios foram as queimadas prevendo a aproximação das chuvas e a falta de vigilância da GNR. Estranho que após algum abrandamento dos incêndios bruscamente num fim de semana antes que as chuvas se iniciassem em todo país e quase em simultâneo cerca de 500 fogos, alguns deles poderão ter sido ateados por outros devido a faúlhas. E o seu início?

Claro que a direita e a comunicação social sua apoiante convergem para afastar qualquer espécie de eventual conspiração que seja causa de incêndios, esquecendo-as, preferindo antes colocar a tónica nas consequências como forma de combater e de fazer oposição ao governo visto nada mais terem. Tudo o que acontece serve para explorar emocionalmente as populações e coloca-las do seu lado e contra o governo. A direita e os seus agentes da comunicação procuram à custa seja do que for para abrir brechas na coesão governativa e de apoio parlamentar. O que afirmo está à vista pela prevista moção de censura pelo CDS pela iniciativa dessas “fogosa” e oportunista da política partidária que é Assunção Cristas.

É isso que pretendem. Importam-se lá da desgraça das populações causada pelos incêndios e pela perda dos seus bens e de familiares. Se lhes dão cobertura e exploram emocionalmente as circunstâncias é apenas com o intuito bem disfarçado de minar o que não lhes interessa que funcione. Faço juízos de intenção? Talvez, mas é a minha interpretação do que ouço e leio. E o que se tem dito e escrito desde a formação deste governo com o apoio de outra esquerda conduz-me à animosidade que a direita tem e, por isso a tudo se lança mão. Assim, mesmo que por hipótese tudo funcionasse sem quaisquer falhas iriam descobrir o que quer que fosse para o colocar em causa numa espécie de tudo o que vier à rede é peixe.

É bom recordar de tanta tinta gasta quando houve o incêndio que dizimou a Serra do Caramulo com vítimas humanas que sucedeu no tempo do governo de Passos Coelho. Ninguém pediu a demissão de ninguém, nem a responsável das florestas na altura, Assunção Cristas, foi beliscada pela comunicação social por não ter contribuído nem antes nem após para o ordenamento das florestas e evitar ou minimizar futuras catástrofes, estávamos em agosto de 2013. O maior incêndio de 2013, naquele verão destruiu 2800 hectares de floresta em quatro concelhos da região centro.

Passado um ano, em 2014, a comunicação social falava sobre «o grande incêndio que devastou a Serra do Caramulo e matou quatro bombeiros, deixando 13 feridos. Os autarcas queixam-se que há muito ainda por fazer. Vouzela foi um dos mais afetados e, um ano depois, o presidente da câmara queixava-se que a reflorestação que tem ocorrido está a ser feita à base de eucaliptos. Rui Ladeira diz que já fez o alerta ao secretário de Estado das Florestas e defende que o regime jurídico da rearborização tem que ser mudado».

«Há eucaliptos por tudo quanto é sítio, o que transparece ou resulta naquilo que que nós temíamos: nas áreas ardidas e não ardidas, esta nova legislação facilitou a colocação de espécies de crescimento rápido e muito inflamáveis, o que vai resultar num aumento do risco de incêndio daqui a meia dúzia de anos.».

 

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Uma imagem de 2013 

O autarca de Oliveira de Frades, Luís Vasconcelos, dizia na altura ainda esperar por 20 mil euros.

Jaime Marta Soares considerava que 2014 tem o melhor sistema de sempre de combate a incêndios tinha.

O verão acabou e passou tudo ao lado do Governo de Passos. Quando havia incêndios e as populações se queixavam que não havia ninguém que as ajudasse alguém responsabilizou os ministros da administração interna ou as chefias da proteção civil? NÃO.  Alguém tentou no mínimo avançar com reformas necessárias para o ordenamento florestal para evitar catástrofes futuras? NÃO.

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 Porquê agora se faz tanto alarido para demissões e até se apresentam moções de censura. Porque o caso é muito grave. Pois é, todos os casos de perdas de vida e de florestas são graves, mas são vistos por óculos de diferentes graduações.

Está na cara, não é?   

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publicado às 19:28

Variações à viola.png

1 Durante este mês de agosto, tempo de férias e de descontração, já longe do bulício do Algarve e dos discursos de ocasião que, nesta época do ano, a direita PSD cumpre no Pontal, tinha decidido não escrever sobre política. Impossível! Há causas que me ultrapassam e que têm a ver com o descaramento e a hipocrisia desta gente da direita que apanham tudo o que têm à mão para fazer oposição à custa da desgraça das populações atingidas pelo terrorismo dos incendiários. A direita pretendia e pretende que este governo resolvesse agora com uma espécie de varinha mágica aquilo que ela, enquanto esteve no governo, nunca se interessou por resolver. Sim, porque não é preciso recordar que durante os seus famigerados quatro anos de governação também houve grandes incêndios e tudo ficou na mesma.

Passos Coelho, no Pontal, utilizou a mesma estratégia discursiva, e já cansativa, de quem, por já não ter mais nada para dizer nem para oferecer, vai-se repetindo numa espécie de via-sacra da política que o conduzir a ele e ao PSD até ao calvário.

2 No debate televisivo no jornal das nove na RTP3 do dia 14/08/2017 as intervenções entre João Galamba do PS e Carlos Abreu Amorim do PSD foram confrangedoras, cada um por diferentes razões.

Galamba, embora mostrando a segurança do costume, apresentava-se cauteloso na defesa de alguns pontos de vista, nomeadamente no que se referia à questão dos incêndios e da ministra administração interna. Os argumentos de defesa foram fracos e sem convicção, talvez falta de conhecimento dos factos. Quanto ao crescimento do PIB de 2,8% no último trimestre, o maior das últimas décadas, parece ter ficado desiludido por não ser terem atingido os 3% apesar de Amorim ter afirmado que tinha sido bom o crescimento, embora saibamos que há aqui uma ligeira alteração do discurso e que este elogio está impregnado de alguma hipocrisia e estratégia.

Nas restantes intervenções, Amorim, seguindo o mestre, refugiou-se nas coisas vãs pretendendo voltar a recuperar a síndrome do medo e do regresso ao passado falando numa potencial banca rota, coisa que, disse ele, a direita está preparada para evitar com as suas reformas. Sobre as reformas que seria necessário efetuar nada disse a não ser quando se referiu à reforma da segurança social, mas sem dizer como. Não o disse, mas todos nós sabemos quais foram e quais serão as que direita pretende fazer neste campo. Quanto a outras ficámos em branco.

Os conservadores de direita pretendem ser inovadores mas não são mais do que conservadores passadistas, quer quanto à ideologia, quer quanto às práticas de regresso ao tal passado de empobrecimento da população. E, no domínio da educação o regresso às estratégicas educativas inspiradas em algumas do Estado Novo, adaptadas, revistas e melhoradas, aproveitando, para tal, as possibilidades que a democracia lhes dá. Basta ler alguns discursos de Salazar da sua época áurea sobre o tema para se poder comparar.

Mas voltemos a Carlos Amorim que recupera uma terminologia sobre a classificação dos partidos que apoiam o Governo ao nível parlamentar, que faz jus à sua nutrida inteligência política, e que denominou de extrema-esquerda radical. Apesar do disparate há a intenção objetiva na aplicação daquela adjetivação àqueles partidos. Senão vejamos: a denominação de extrema-esquerda pode-se aceitar, mas juntar radical a esta designação parece uma contradição. Não será já uma extrema-esquerda radical? Se não o é, e é apenas extrema-esquerda, então é porque pode existir uma extrema-esquerda que não é radical. Então em que ficamos? Pode perguntar-se a Carlos Amorim como é que ele, no espetro político, classifica os partidos. Será que para ele existe uma extrema-direita que não é radical e uma outra que o é? Como os caracterizaria ele?

3 Não quero abandonar o tema sobre Amorim sem mais um tesourinho de aproveitamento partidário sobre os incêndios. O Governo decretou o estado de calamidade pública para algumas regiões afetadas pela desgraça dos incêndios provocados por pirómanos desvairados. E, claro, Amorim aproveitando o tempo de antena a que lhe dão, e tem por direito, veio a público elogiar a medida mas que perde por tardia. Pois é dr. Amorim, segundo a sua estratégia e a do seu partido, tivesse sido tomada aquela medida uma semana antes teria vindo dizer o mesmo, e se fosse ainda antes e assim sucessivamente acredito que viria a dizer sempre o mesmo.

4 Se bem me recordo, foi também na altura dos incêndios em anos anteriores que um comentador especialista sobre incêndios, que nestas lamentáveis ocasiões os canais de televisão contratam, que um desses especialistas espontâneos ao fazer o seu comentário acabou por dizer que o povo português não é incendiário, são casos pontuais que por aí aparecem. Esta semana foi a vez de um outro especialista a que o jornalista perguntou se achava que havia um rede organizada de incendiários disse claramente que não e teceu o perfil do incendiário comum e claro são sempre os mesmo maluquinhos e irresponsáveis que por aí existem. Está-se mesmo a ver! Até as populações pelo seu conhecimento sabem que existe atos deliberados e organizados. Ou não será evidente que existe um padrão manifesto pelas horas, locais de ocorrência, simultaneidade das ignições, etc.. O que lá fora consta é que nós, os portugueses, somos uns maníacos pirómanos.

5 Para terminar, um comentário sobre essa coisa que é presidente dos EUA, o Pato Donald Trump. Sobre os acontecimentos dos confrontos racistas no estado da Virgínia. Diz e desdiz sem clarificar a sua posição. Por um lado, a culpa foi, como disse, ser da esquerda (?) que atacou a direita (?). Qual será o conceito dele de esquerda e de direita. Para ele a direita são os nazis, os neonazis, os xenófobos, os racistas e a sua mais objeta organização da Klu Klux Klan. Isto para ele deve ser a direita no seu conceito de democracia. Foram tais os comentários de Trump que levou o dirigente daquela grupo, através do Twitter, a elogiar os seus comentários. Na minha opinião estamos de facto em presença dum presidente que está a ser o percursor duma ideologia de inspiração nazi adaptada ao século XXI.

Uma coisa está a ser evidente: as intervenções e os discursos de Donald Trump durante a campanha eleitoral, e já depois de estar na presidência, estão a começar a dar os seus frutos.

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publicado às 19:29

Época piscinal

por Manuel_AR, em 04.08.17

Piscinas.png

Tempo de férias. A política da oposição de direita anda torta e baseia-se oportunisticamente em obter créditos partidários com as tragédias dos incêndios e do assalto ao paiol de Tancos. Apercebo-me que a direita não acrescenta qualquer valor que credibilize a sua política de oposição, antes pelo contrário.

Neste tempo de férias a ver o mar da varanda, sem o bulício e a barulheira infernal e ruidosa da comunicação social que, também ela, oportunisticamente, aproveita o que pode para captar audiências. Cria quando lhe convém ruído informativo, sabe-se lá com propósitos. Neste tempo dedico-me a observar o que por aí se diz que não seja política desligando-me dos infinitos e enfadonhos noticiários televisivos de mais de uma hora e tal.

Conduzo o meu pensamento para o turismo vindo de fronteiras que o  Espaço Schengen  diluiu que este ano afluiu ao Algarve e verifico no local onde me encontro que superou em muito o dos anos anteriores. Entre eles, também portugueses, vindos de outros lugares do país para estas bandas onde me encontro e que se contam pelos dedos, aos quais se juntam alguns autóctones das zonas limítrofes.

Sem que faça por isso, da varanda donde contemplo o mar, chegam-me aos ouvidos conversas, frases, ruídos, telefonemas. Destes apenas consigo ouvir um dos participantes da conversa: o do lado de cá.

- Sabes lá, estou aqui na piscina do apartamento. Brutal. Os miúdos estão delirantes. A água está espetacular. Passamos os dias aqui.

_ ????

Ah! Claro, sim… isto aqui é ótimo!

- ???

- Estamos fartos de dar mergulhos.

- ???

- Não, ainda não fomos à praia.

-???

- Vamos ficar aqui mais uma semanita. Isto aqui na piscina está espetacular. À noite vamos até à cidade próxima tomar um copo.

- ???

- Os miúdos? Claro que não vão tomar copos! É uma forma de dizer…

A conversa continuou, mas o meu interesse dispersou por outras vias. Como é que há pessoas, e não são poucas, acreditem, que vêm passar férias ao Algarve indo para hotéis e aldeamentos, e até aqui tudo bem, para ficarem “mergulhadas” à volta e dentro duma piscina quando têm à disposição um mar com águas quentes e calmas e também mais saudáveis do que o cloro e o suor em águas paradas onde se refrescam.

O que afirmo para os portugueses serve também a muitos dos estrangeiros que vêm para o Algarve procurar sol e mar, mas que se enfiam nas piscinas dos hotéis quando nos seus países do interior norte da Europa as têm em abundância de verão e de inverno.

Não frequentam a beira-mar a não ser para dar uma voltinha ao fim da tarde. Para estes frequentadores de alojamentos com piscina, vir para o Algarve e passar os dias na piscina deve ser uma espécie de estatuto.

Em Agosto, para passar férias em empreendimentos turísticos com piscina não é necessário ir para o Algarve. Em qualquer ponto do país, quer próximo, quer afastados da costa, há sítios agradáveis onde, quem quiser, pode fazer turismo piscinal fora da confusão do sotavento algarvio.

Gostos! Cada um tem os seus.

Eu, cá por mim, sigo para o interior norte onde o calor aperta, mas onde a vegetação cada vez mais rara ajuda a retemperar forças apesar de sujeitos dominados por obsessão ou fúria fazerem dos incêndios a sua prática.  

 

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publicado às 16:36


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