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O dia do 25 de Abril

por Manuel_AR, em 25.04.17

 

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Algumas recordações do 25 de Abril em 2017 vão ficar por aqui. Este dia é também um dia para reflexão sobre o passado e para alguma autocrítica sobre as opções tomei. Concluí que ao fim de 43 anos de democracia e de eleições livres cometi três erros nos últimos sete anos por falta de análise criteriosa da situação política e partidária, o  que me levou a tomar opções que depois verifiquei serem erradas. O voto não pode ser visto como algo sem importância, nem ser feito de ânimo leve porque os erros, por vezes, saem muito caros. Um deles, o último não terá sido por desconfiança e esta, às vezes, não é boa conselheira.

 

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publicado às 21:48

O amado líder

por Manuel_AR, em 27.04.15

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O discurso do Presidente da República Cavaco Silva no Parlamento nas comemorações do 25 de abril de 2015 foi ovacionado pelos partidos PSD e CDS que sustentam o Governo. Foi uma manifestação de apoio ao discurso do amado líder, educador e orientador do maior partido que faz parte do Governo e, pretensamente, de todo o povo, na proximidade de eleições legislativas.

Mais pareciam aquelas manifestações de apoio ao líder na pretensa Assembleia Popular Suprema da Coreia do Norte. Há contudo uma grande diferença, é que, felizmente, em democracia nem todos são obrigados a aplaudir quando não se concorda, ao contrário do regime daquele país coreano.

A maior parte da intervenção do Presidente da República foi orquestrada em prol do Governo numa quase campanha eleitoral e, mais uma vez, de colagem ao que Passos Coelho e o seu Governo têm vindo enganosamente a lançar para a opinião pública.

Ao fazer apelo ao consenso nesta fase política só não seria perder o bom senso se, como se depreendeu e verificou posteriormente, não fosse conseguido entre os partidos da própria maioria.

Pretende mostrar uma atitude de colocação acima da política e dos políticos, mas sempre que intervém está fazer política, e da má.

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publicado às 16:03

Cabo Verde 39 anos de independência

por Manuel_AR, em 09.07.14

 

Hoje, 5 de julho, o povo de São Vicente e de todo o arquipélago de Cabo Verde viveu e comemoraram os 39 anos da independência, este ano descentralizados.

Encontro-me na cidade Mindelo onde assisti a alguas da comemorações que tiveram grande adesão popular. Povo que vibrava sempre que a sua bandeira era apresentada durante as várias exibições de ginástica, prática de diversas modalidades de defesa pessoal, exercícios de aplicação militar e combate corpo a corpo, todas amplamente aplaudidas pelo povo que enchia o estádio Adérito Sena. Na véspera, no  centro cultural do Mindelo atividades culturais com a exibição  da banda do exército e do grupo coral de uma escola  

À noite num palco instalado  na Rua de Lisboa, frente ao Palácio do Povo, assistia-se a um concerto de música de popular de Cabo Verde por jovens e promissores artistas que proporcionaram um espetáculo de grande qualidade musical.

As minhas relações com Cabo Vede são de família e, como tal, sinto-me em casa.

 

 

 

 

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publicado às 01:02

 

O discurso do Presidente da República, Cavaco Silva, que ouvi no dia 10 de junho, nada trouxe de novo. Foi mais do mesmo. Foi um discurso redundante e repetitivo. Quem o ouviu terá com certeza verificado que a segunda parte foi muito idêntica à primeira, isto é, o regresso ao passado recente do ano 2011 com avisos repetidos para não cair no mesmo erro do passado. Serão os erros cometidos quando ele foi primeiro-ministro durante dois mandatos (agricultura? pescas? indústrias destruídas ?...).

É a pessoa dele que defende e nunca perdoou a José Sócrates ter sido desconsiderado e relembra a situação sempre que pode fazendo finca pé nos pedido de assistência financeira.

As palavras de Cavaco Silva neste ponto pareceram tiradas de um qualquer comício da coligação durante a campanha eleitoral para as europeias. Uma análise de conteúdo comparativa e aturada entre o discurso que o Presidente enunciou e os do Governo decerto se encontrariam muitas "palavras-chave" idênticas, cujo objetivo seria o de não se afastar muito do rumo seguido por este último.   

A mensagem que quis deixar passar foi igual à do Governo, dos seus apoiantes e comentadores com apenas umas pinceladas de referência ao Estado Social, ao Serviço Nacional de Saúde, aos desempregados e aos que foram mais afetados pelas medidas de austeridade. No restante poderíamos afirmar que, até nos termos que utilizou, parecia estar a ouvir-se Passos Coelho e os membros do seu Governo.

Ao referir-se à saída do programa de assistência (saída da troika) e em esperança que se abre foi uma espécie de palavreado do tipo Paulo Portas. Apenas faltaria ter sido colocado um relógio em contagem decrescente, também na Presidência. Quanto aos ataques ao Tribunal Constitucional nem meia palavra.

O apelo ao consenso entre os principais partidos, coisa que comentadores e jornalistas da área do Governo, apoiam foi mais uma treta do costume e como se isso fosse oportuno e possível neste momento e com este Governo. O Presidente sabe muito bem que o objetivo é entalar o PS colando-o ao futuro orçamento para 2015 e, sendo ano de eleições, minimizar os prejuízos aos partidos da coligação e, se possível, colocá-lo em segundo lugar. Esperemos que não caia nessa armadilha.

 

 

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publicado às 23:13

O 25 de Abril de 2014

por Manuel_AR, em 27.04.14
O 25 de Abril de 2014. Imagens Soltas
O melhor e mais participado dos últimos dez anos o 25 de Abril mostrou que  continua presente no espírito de todos os portugueses apesar de alguns, poucos, que gostariam fosse reduzido a discursos ocos, oportunistas e de ocasião efetuados na Assembleia da República, até à sua extinção final...

 

 

 

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publicado às 18:59

Um Governo Presidencial

por Manuel_AR, em 11.06.13

O discurso do Senhor Presidente da República no 10 de junho de 2013 merecia uma análise de conteúdo como aquele que elaborei quando da mensagem de natal de Passos Coelho. O trabalho seria em vão e trataria por ventura conclusões ainda mais tristes. Limito-me portanto a comentar.   

Ao começar o seu discurso o Presidente Cavaco Silva referiu-se às fortificações da cidade de Elvas como símbolo da resistência ao adversário espanhol, contudo, esqueceu-se que deu cobertura à extinção do importante feriado que comemorava a Restauração da Independência de Portugal que esteve durante sessenta anos sob domínio dos Filipes de Espanha. 

O Senhor Presidente da República faz-me lembrar um mágico de feira que, no palco da sua tenda, tenta distrair o público com ilusionismos cujos truques são mais do que conhecidos. Exibe a manga de um braço distraindo os olhares menos atentos para, com o outro, manipular o objeto do seu truque e, de seguida, tirar coelhos da cartola.

Aproveitou as comemorações para vir a terreiro mostrar as suas habilidades de “entertainer”, agora com o discurso do otimismo contra o pessimismo, da união entre os portugueses, da agricultura como jardim das maravilhas, com o pós-troika e, sobretudo, ao contrário de qualquer mágico, o Senhor Presidente veio relevar mais a sua pessoa auto elogiando-se e justificando-se.

Volta-se agora para a agricultura esquece-se do mar . Em 21 de outubro de 2010 afirmava a importância de "…abraçarmos novas causas, principalmente em momentos de crise. É vital desenvolvermos novas ideias de negócio, com vista a construir novas indústrias e serviços. O mar deve ser uma dessas ideias."

Em 21 de novembro de 2011 apelava para a necessidade de “olhar para o que esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria”. Ao falar de esquecimento, esqueceu-se que foi primeiro-ministro entre 1985 e 1995 e que surgiu nesses mandatos o problema do abandono daquelas atividades.

Nega agora a evidência e tenta “desfazer equívocos” sobre a destruição da agricultura e a perda da nossa capacidade produtiva naquele setor dizendo que “afirmar que a adesão de Portugal às Comunidades implicou a destruição d mundo rural e a perda irreversível da nossa capacidade produtiva no setor primário” é “completamente desfasado da realidade”. 

Quanto ao pessimismo disse e passo a citar “Se há quem pretenda alimentar o pessimismo e contribuir para o desânimo dos portugueses, sentimentos que a nada conduzem, para isso não contarão comigo”. Esta afirmação apenas demonstra o total desconhecimento da realidade portuguesa nestes dois últimos anos. Não saberá este senhor presidente que o desânimo e o pessimismo que se instalaram nos portugueses, neste últimos dois anos, são da responsabilidade deste Governo e não de alguém em abstrato? Quererá, por acaso, o Senhor Presidente dizer que os portugueses andam pessimistas, descontentes e desanimados apenas e porque alguém lhes alimenta esses sentimentos? Ou, não será antes porque o Governo, que descaradamente tem apoiado, lhes cai em cima sem dó nem piedade sem quaisquer esperanças num futuro próximo, a não serem promessas virtuais, a um prazo que não se avista e em que já estaremos todos mortos?

Vai longe o tempo em que o Senhor Presidente avisava o Governo, a propósito das medidas de austeridade propostas pelo Orçamento de 2012, de que "Há limites ao sacrifício que se pode pedir às pessoas".

Numa retórica desproporcionada e desproporcional no tempo, faz apelo ao passado recordando a miséria que existia no tempo da ditadura há mais de sessenta anos (faz-nos lembrar César das Neves em alguns dos seus escritos), como se isso nos libertasse do pessimismo e desânimo. Isto apenas faz recordar os discursos ocos de Américo Tomaz numa altura em que, de facto, o Presidente a República era um pau-mandado.

Fazendo apelo à união dos portugueses esqueceu-se, mais uma vez, de que o grande causador da divisão dos portugueses é o Governo do qual é protetor. Afirmou numa entrevista à RTP1  que “não há desestruturação social” que dizem existir em Portugal, o que vai no sentido  contrário ao que disse Silva Peneda no mesmo dia. Mais uma vez tenta passar falsas mensagens. Existe sim é uma falsa coesão, a ser gerida pelo desânimo e pelo medo das pessoas perderem o pouco que ainda têm. Ninguém sabe neste momento o que lhes pode acontecer. Ninguém sabe se ainda terá emprego na semana seguinte ou se lhe vão cortar no rendimento.

Coisa ainda mais estranha é que Cavaco Silva diz não querer ter qualquer nenhum papel político. Como se o papel de Presidente da República, eleito por sufrágio direto e universal não tivesse um papel político do mais alto nível. Não se percebe então o que é que tem andado a fazer!    

Não há um tempo de “troika” e um tempo de pós-troika. Ao afirma-se que este programa que está a ser seguido é o programa do Governo é óbvio que se está a preparar também o pós-troika. Ou será que o programa que o Governo tem estado a seguir deixará de estar em vigor após a “troika” ter saído de Portugal, se sair!? O pós-troika não vai acontecer. Podem os elementos que a compõem deixar o país mas ela existirá pairando sobre as nossas cabeças via programa deste Governo se  continuar e funções. Ainda muita coisa vai acontecer incluindo um novo resgate ou qualquer coisa idêntica com outra designação.

Tudo isto não é mais do que uma encapotada campanha pré-eleitoral de apoio ao Governo por parte da Presidência da República.

Pensando bem, ao reler os discursos do Presidente Cavaco e pelo que tem vindo a público nos últimos tempos, acho que sem qualquer pejo revela que tem vindo descaradamente a apoiar o Governo sem o distanciamento que lhe adviria do cargo de Presidente da República que deveria ser de todos os portugueses. 

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publicado às 22:33


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